quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Este nosso Clero tem mesmo a mania...

Antes de mais quero referir que não pretendo com a minha opinião ferir susceptibilidades mas vou expor o meu ponto de vista quanto a esta situação que me causa algum “fastio”.

Hoje à hora de almoço estava a ouvir as noticias quando a polémica da retirada de feriados veio à baila novamente. Numa altura que se considera retirar apenas um feriado nacional, a igreja, em toda a sua mesquinhez, arrogância e prepotência mais uma vez lança o pânico dizendo que se só for retirado um feriado civil então também só se retira um feriado religioso.

Desculpem a pergunta mas, desde quando é que esses senhores têm voto na matéria???

Que eu saiba vivemos num pais Laico onde apesar do catolicismo ser a religião principal nem sequer é considerada a religião oficial de Portugal. Como tal, sou da opinião que os feriados Nacionais deveriam ser mantidos e retirados todos os religiosos do calendário civil. Não sendo católico eu não sou obrigado a deixar de ir trabalhar simplesmente porque uma determinada ceita decide celebrar um qualquer evento.

Além disso, mesmo retirando-se os feriados religiosos do calendário civil tenho a certeza que os clientes mais habituais da igreja continuariam a prestar os seus serviços nas actividades próprias destes feriados sejam elas quais forem…

16 comentários:

Nuno Amado disse...

Olha, também ouvi o mesmo, e penso exactamente como tu!
:D

Abraço

Sérgio disse...

Já li várias vezes a constituição e diz lá, de facto, que somos um estado laico, mas a verdade é que não somos.
É essa a resposta às tuas perguntas.
A igreja tem e terá voto na matéria, até porque temos um governo de direita.

Anónimo disse...

Eu sou ateu e concordo que a Igreja não devia ser para aqui chamada mas do ponto de vista legal (e por mais estúpido que seja) a Igreja tem o poder de determinar os feriados religiosos. Sim, foi mesmo isto que eu escrevi.
É que a Igreja e a República Portuguesa assinaram uma concordata em 2004, como de resto já o Salazar tinha assinado em 1940. Segundo essa concordata (art. 30º) é de facto a Igreja Católica que controla os feriados religiosos.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Concordata_entre_a_Santa_S%C3%A9_e_Portugal,_em_2004

Quando se diz que a Igreja não é chamada para o assunto dos feriados está de facto errado, por lei é chamada. Embora o correcto de acordo com um Estado laico era que não fosse. E neste sentido não sei até que ponto a concordata não será mesmo inconstitucional.

Ainda hoje disse a um amigo o mesmo que tu escreveste que deveriam era acabar com todos os feriados religiosos e manter todos os civis. Mas não sei é até que ponto o governo não tem as mãos atadas por causa da concordata.

Eu mudava ou acabava com a concordata a bem ou a mal, invocando talvez a sua inconstitucionalidade. Mas isso sou eu que não sou PM. Falar até é fácil mas ser PM (seja ele quem for) não é nada fácil.

Anónimo disse...

Sad eyes, isso de o governo ser de direita ou não, não tem nada a ver. O actual governo tem um objectivo e um acordo para cumprir e fará o que for necessário nos limites da lei para o cumprir.

Quando o governo foi eleito e o PM falou sobre o aborto, as suas palavras foram mal interpretadas (intencionalmente) e já andava tudo a dizer que o governo ia ilegalizar o aborto. E depois começaram logo umas baratas tontas (peço desculpa se ofendo alguém) que aqui nos blogues começaram logo a dizer que depois o governo ia acabar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo. E depois ia fazer isto e depois ia fazer aquilo... e quando fossemos a ver já vivíamos no 1984 do George Orwell.

Passados mais de 6 meses de governo eu pergunto: mas afinal onde é estão essas medidas todas? Onde é que anda o "big brother"? Francamente.

Psimento, desculpa lá estar a "ocupar" o teu blog.

Rafeiro Perfumado disse...

Eu acho é que para compensar se deveriam instaurar uns quantos feriados judaicos, muçulmanos, hindus e rafeirosos!

Quanto à ingerência da Igreja, são tiques de quem teve importância na condução dos destinos do mundo. Abraço!

ψ Psimento ψ disse...

Sendo psicologo e NÃO vidente, quando falei das questões do aborto estava a dar a minha opinião sobre o que achava que ia acontecer. Não estava a fazer uma previsão futurista com 100% de certeza. Penso ter legitimidade para dar a minha opinião principalmente no meu blog...
De qualquer modo, acho que ainda vamos bem a tempo de ser incomodados com estes assuntos até ao final do mandato. Mais saliento que há muito não via um governo que tivesse quebrado tanto com as promessas iniciais...
Como acho que eles até agora fizeram tudo ao contrário do que prometeram não me admira que ainda não tenham mexido na questão do aborto...

Relativamente à concordata, estará mais do que na hora de a anularem.

João Roque disse...

Perante certos comentários, o melhor é limitar-me a estar 100% de acordo contigo.
É que há quem seja mais papista que o Papa...

Daniel C.da Silva disse...

Eu percebo o teu ponto de vista e nao sei se Deus existe mas tenho em crer que é do foro espiritual e nao racional mesmo nao sendo contrário à razão, mas percebo a teima da Igreja. É que a Igreja nao fala como se fosses tu ou eu ou uma colectividade ou um sindicato; fala como Estado. O Estado da Santa Sé que tem regulado na Concordata uma serie de coisas, exactamente como temos reguladas outras em tratardos internacionais com outros países. DEpois, acresce que sendo a amioria dos portugueses catolica msmo que nao particante a simboligia e a tradiçao fazem sentido, e depois ainda pessoalmente se eu vivesse num país muçulmano com questoes deste tipo (que obviamente nao se poriam porque me cortariam logo a cabeça), nao me repugnava que os busfistas, maoistas ou outros quaisquer quisessem estar equiparados nos feriados.

Nao sei se ha DEus, repito, mas gosto do respeito e da boa conviencia entre todos. SE eu fosse ateu (quando muito sou agnostico)a posiçao seria a mesma.

Precisamos de paz e de reivindicar quando de facto devemos reivindicar. No caso concreto, e estou à vontade para o dizer, de resto como sempre estive, acharia um disparate que o EStado tirasse só um e a Igreja la fosse com dois. Ate porque se formos a ver as simbologias dos feriados civis, ha tantos que tambem nao fazem la muito sentido, no meu entender.

Isto é como tudo: o Socrates nao pediu ajuda financeira e gabou-se de sermos os melhores; aliás, ainda por cima aumentou os fucnionarios publicos quando tudo estava a ficar com as maos nas calças. Dois anos depois, ou um ano depois, e gastando cada vez o que jao era dele (era nosso) trouxe-nos a esta situaçao belissima de hipoteca de gerações e do nosso proprio presente.

E, uma vez mais, tal como na religiao, falo à vontade porque sou apartidario.

Deixo-te um abraço e peço-te mais serenidade pelo menos como psicologo ;)

HUgs

Theomentos disse...

Ora muito bem, sendo um Estado laico, igreja nenhuma tem lá que ir meter o bedelho. Aqui no Brasil não sei como isso funciona, também temos tantos feriados, fazemos feriados até em dias extra oficiais, como no caso do carnaval (que não é feriado, mas ninguém trabalha). O problema aqui é que como não gostam de trabalhar, tendo um feriado, por igreja ou por Estado, fica-se feliz na mesma. Mesmo agora com um super aumento de igrejas (tem uma até que se chama Bola de neve, ora veja lá se tem cabimento uma igreja com esse nome) mesmo se a católica quiser por um feriado ninguém vai reclamar, vão é achar muito bom, mas sei que no caso de Portugal é diferente, vocês vivem um momento diferente onde a colaboração, ajuda e o entendimento entre todos deve prevalecer para que o país atravesse essa turbulência. Espero que os senhores cristãos pensem um bocado nesse sentido e abram mão do que tem que ser.

Anónimo disse...

Psimento, visto que não é possível chegar a um consenso resta-nos a nós que somos novos esperar para ver a quem é que a História vai dar razão.

ψ Psimento ψ disse...

Francisco não se trata de uma disputa de razões. Trata-se de algo muito mais simples... uma opinião...

Lobinho, o post em si em nada tem a ver com a minha profissão. Trata-se de uma opinião pessoal que em ponto algum converge com a minha prática profissional e como tal não vi o porque da ligação que estabeleceste. Quanto ao restante comentário não estou aqui para discutir politica. O meu ponto é este: se o estado é laico não tem de haver feriados religiosos, além do mais lá por a maioria ser católica isso não quer dizer que tem o direito de impor a sua vontade a todos os restantes, é uma questão de respeito pelo próximo aliás. E tal como eu deixei subentendido, eu não sou contra a celebração dos dias religiosos todos os clientes da igreja teriam a liberdade de ir lá à empresa(igreja) fazer as suas mezinhas, rezinhas e afins nesses dias apenas não seria feriado...
Quanto aos feriados civis eles fazem parte da nossa historia e devem permanecer como marcos que nos lembrem de um passado como país!!

paulofski disse...

De acordo.

AdamWilde disse...

É exactamente essa a pergunta que faço sempre que o assunto vem à baila, a resposta que obtenho é que isso não tem nada a ver e que sou é contra a Igreja.
Quanto ao sermos um estado laico, tenho as minhas dúvidas, depois de o Papa ter visitado Portugal e ser decretada tolerância de ponto... Estou baralhado nesse assunto, mas continuo a achar que o 1º de Dezembro é tão mais importante que o Corpo de Deus, em Junho, ou o feríado da Imaculada Conceição, a 8 de Dezembro.

Teté disse...

Absolutamente de acordo! Ainda têm a mania que temos de andar todos à vontade da Igreja, como noutros tempos!

Já alguém disse que o 1º de Dezembro é uma data muito mais importante para nós e para a nossa história do que outros feriados religiosos e também concordo! Com exceção do Natal (e a Páscoa não conta, que é a um domingo), a retirarem seriam esses feriados, nunca a comemoração da restauração da independência! ;)

Beijocas e bom fim de semana para ti!

Meia Noite e Um Quarto disse...

bem, isto andou movimentado...:-)

há uns tempos tivemos esta mesma conversa num almoço de família, e é como dizes, a igreja não tem nada que meter o bedelho, aparte o Natal, que quanto a mim tem uma particular influência social, que pessoalmente considero maioritariamente benigna, a decisão deveria convir somente ao nosso órgão de soberania. Mas, acho que há mesmo umas relações "extra-conjugais" entre a igreja e o Estado.
Pessoalmente acompanho a tua revolta neste caso, assim como eu próprio me revolto sempre que oiço nas notícias algo como: "D. Coiso manifestou hoje a sua opinião sobre...".

um coelho disse...

A Igreja mete o bedelho no assunto porque, para o mal ou o bem, tem a Concordata que lhe dá esse direito. Acho que o problema passa por aí, porque é que um país externo (o Vaticano ou Santa Sé ou como lhe quiserem chamar) pode legislar noutro país? Parece-me ridículo. Não sou contra as parcerias, as alianças, os acordos entre os estados, mas legislar? Que democracia é esta? Eu não votei no Bentinho!