Hoje foi a partida da L. A última pelo menos por enquanto. É enfermeira e não há emprego, e mesmo os que há, aqueles que se conseguem com cunhas, oferecem condições miseráveis para estes licenciados que deveriam ser tratados com muito mais dignidade. Por isso a L. partiu para a Irlanda onde melhores condições a esperam e onde certamente ganhará o triplo daquilo que a esperava por cá. Foi triste vê-la partir, como foi triste ver os outros embora os anteriores tenham planos de voltar, a L. vai com vontade de só regressar de visita.
Sei o quanto lhe custou separar-se de nós e dos pais que a acompanharam ao aeroporto tentando ser o mais fortes possível. Mas também sei que ela é uma mulher de muita coragem e que apesar de recentemente ter passado por fases difíceis, conseguiu sempre levantar a cabeça e seguir em frente rumo aos seus objectivos.
Desejo que tudo lhe corra bem, sei que a nossa amizade não vai diminuir e certamente nos visitaremos muitas vezes.
Vi hoje no aeroporto o nosso grupo extremamente reduzido e ri-me, apesar de amarguradamente, quando alguém comentou: “Quem for o último a ir não vai ter aqui ninguém para se despedir!!”
Sei o quanto lhe custou separar-se de nós e dos pais que a acompanharam ao aeroporto tentando ser o mais fortes possível. Mas também sei que ela é uma mulher de muita coragem e que apesar de recentemente ter passado por fases difíceis, conseguiu sempre levantar a cabeça e seguir em frente rumo aos seus objectivos.
Desejo que tudo lhe corra bem, sei que a nossa amizade não vai diminuir e certamente nos visitaremos muitas vezes.
Vi hoje no aeroporto o nosso grupo extremamente reduzido e ri-me, apesar de amarguradamente, quando alguém comentou: “Quem for o último a ir não vai ter aqui ninguém para se despedir!!”
6 comentários:
Tenho a certeza que ela vai conseguir superar tudo e ser muito feliz, primeiro porque já conhece o lugar e isso torna as coisas muito mais fáceis, eu por exemplo, se retornasse hj para viver no Porto ou em qualquer outro lugar de Portugal acho que seria mil vezes mais fácil do que quando fui pela primeira vez sem nada conhecer. É mesmo triste vcs irem perdendo um a um os amigos pq o vosso país não está a dar condições aceitáveis de emprego, já passamos por isso cá e vcs bem sabem disso pq receberam milhares de imigrantes brasileiros. Sobre o último não ter ninguém para se despedir, têm que combinar de todos voltarem para o Porto nesse dia para se despedirem dele e o coitado não ir sozinho para aquilo que muitas vezes parece um matadouro... Eu é que sei o quando dói ser praticamente obrigado a entrar naquela sala de embarque. Sozinho.
Theo
acho que muitos de nós sabemos...
Trabalho com eles e estou a par das dificuldades de emprego que a classe da enfermagem atravessa. Os meus pais também são enfermeiros, reformaram-se há longa data, e eles ainda me relatam as dificuldades que tiveram no seu tempo para iniciar a carreira. Incentivados pelos bons ordenados que lhes acenavam, só por um acaso, e ainda bem digo eu, não emigraram para Cahora Bassa, em Moçambique. Pelo que sei, na Irlanda as condições de trabalho e salariais são tentadoras mas o povo português tem aquele espírito aventureiro, adapta-se em qualquer lado não deixando de levar consigo a sua lágrima da saudade a um canto do olho.
É lamentável. E ainda querem querem aumentar o número de licenciados. Acho muito bem. Mas dêem-lhes condições de trabalho!
É triste, mas é uma realidade cada vez mais comum no nosso país! Aos pais resta a consolação que os filhos terão melhores condições lá fora, mas não deixa de ser difícil. Por mim falo, também teria um grande desgosto se o meu filho partisse para o estrangeiro, para só regressar nas férias... Mas se for necessário para ter uma vida melhor, claro que terei de lhe dar força para seguir em frente!
Esse comentário final fez-me lembrar uma boca anarquista do tempo do PREC (logo após 25 A): "Só fica em Portugal, quem ama Portugal. O último a sair que apague a luz!"
Beijocas!
admiro imenso a determinação dela, quando chegar a minha altura nao sei como vai ser, mas imagino que me va custar mt se tiver que sair daqui, mesmo que seja para ter melhores condições. como nos psis sabemos a mudança é assustadora e normalmente o ser humano age de forma a evita-la, mas quando nao ha alternativa eh preciso ser forte e determinado e agarrar as oportunidades como ela esta a fazer, e como os outros fizeram antes dela. sei que te custa mesmo, mas podes sempre pensar que as tuas kengas estão cá ainda pra te apoiar e de certa forma minimizar os danos... nao sei ate que ponto eh que a L. pensa ficar lá, tmb dependo de como se resolvem as complicações dela, mas com certeza vais ve.la nas ferias, e vais aproveitar pra ir lá também passar uns dias =) espero que ela tenha muita sorte, e tenho pena que nós só nos tenhamos começado a dar mais nestes últimos tempos, teria sido interessante juntar os teus grupinhos mais vezes eheh
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